Voto de cabresto a origem da
expressão vem do tempo em que o voto era aberto no Brasil. Assim, os
coronéis mandavam capangas para os locais de votação, com objetivo de intimidar
e ganhar votos dos eleitores. As regiões controladas
politicamente pelos coronéis que manipulavam votos eram conhecidas
como currais eleitorais.
O candidato que compra voto é
corrupto. Se ele faz isso antes de ocupar um cargo público, ou depois pode
fazer coisas piores depois de ganhar a eleição. Toda eleição é a mesma coisa:
muitos presentes e agrados, que na verdade servem para esconder a incompetência
e a falta de propostas sérias. Não adianta doar material escolar, alimentos e
brinquedos se, depois de eleito, o político não trabalha para que todos tenham
acesso a saúde, educação e emprego.
Do final da república dos
coronéis até os dias de hoje, muita coisa mudou. Hoje o voto não é mais aberto,
não há mais como saber em quem o eleitor votou, então é possível escolher de
forma livre e direta o candidato preferido.
Porém, na prática, podemos
identificar situações que nos remetem a um voto de cabresto moderno, mesmo com
tantos avanços e conquistas.
O fenômeno ocorre com maior
frequência em cidades do interior brasileiro, onde a principal fonte de renda é
a prefeitura como em nossa cidade. As pessoas podem se ver obrigadas a votar em
determinado candidato, talvez não mais pela coerção física, mas sim pela força
psicológica, o medo.
O medo de se verem sem o
emprego e, consequentemente, sem renda paralisa as pessoas que preferem votar
em quem lhes é imposto do que enfrentar o poder em prol de seus ideais.
Outros, por sua vez, diante da
realidade de miséria em que vivem, “optam” por aquele candidato que possa
suprir suas necessidades básicas em um curto prazo, por exemplo: entrega de
cestas básicas, cestas de natal, pagamento de despesas com água e luz, compra
de material de construção, promessa de emprego, entre outros. Tudo isso se
configura como um voto de cabresto moderno.
Final de ano chegando eleições
se aproximando aí surge o candidato bonzinho preocupado com o povo, aquele que
durante três anos nada ofereceu a seu povo e como num passe de mágica se
transforma e aparece como o salvador da pátria e porque não agiu assim nos
outros anos, porque só agora.
Pessoas mentirosas e
dissimuladas até conseguem enganar as outras, mas com o tempo elas se enrolam
nas próprias mentiras e a máscara cai.